sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Estado da Educação 2011: Programa Novas Oportunidades

O programa Novas Oportunidades deu um «forte contributo» no aumento da qualificação dos portugueses, considera o Conselho Nacional de Educação (CNE), mas precisa de avaliação externa e estabilidade nas equipas.
Na apresentação do estudo 'Estado da Educação 2011', a presidente do CNE, Ana Maria Bettencourt, frisou que aquele organismo «não avaliou» o programa, mas do acompanhamento que fez dele concluiu que «certamente os portugueses têm mais qualificações» do que há dez anos.
No entanto «os níveis de escolarização e qualificação dos portugueses são ainda muito baixos» se comparados com as médias dos outros países da União Europeia, reconhece o Conselho.
«Considero que há uma dívida da democracia e do país para com as pessoas que abandonaram a escola», afirmou Ana Maria Bettencourt, salientando que a existência de programas como as Novas Oportunidades motivaram uma «reconciliação com a escola» de adultos que não tinham concluído os estudos por insucesso ou pobreza.
De acordo com dados da Agência Nacional de Qualificação citados pelo CNE, mais de 340 mil pessoas obtiveram certificação de competências através dos Centros Novas Oportunidades desde 2007, 98 mil das quais no ano passado.
Mas são precisos «mais dados sobre a qualidade dos processos» de formação, defende o Conselho, salientando que «na última década mudaram muito e precisam de ser avaliados e estabilizados».
As equipas pedagógicas dos Centros Novas Oportunidades também precisam de ter estabilidade, recomenda o CNE, apontando ainda a necessidade destes centros colaborarem com outras entidades da área da formação e educação.
Ana Maria Bettencourt indicou também que as empresas devem começar a reconhecer mais «o valor acrescentado» da formação, ajudando também os seus trabalhadores a aumentar as suas qualificações.
«É preciso avançar na certificação profissional, aí estamos muito atrasados», indicou.
Mais do que a qualificação pós-escolar, o CNE recomenda o «prolongamento efectivo dos níveis de escolarização, de modo a garantir o ensino secundário como habilitação mínima de referência» como condição para Portugal se modernizar.
Nas suas recomendações deste ano, o CNE reitera a necessidade de as políticas de educação terem «continuidade» e não estarem sempre a mudar, de haver um «plano para o desenvolvimento educativo» que defina onde se quer estar e o que se quer fazer.

Fonte: Lusa/SOL